Sobre nós
A Associação tem hoje 12 anos e não tem vínculos religiosos ou políticos.
Carlisson, o Índio, trabalha com a população carente há 15 anos.
O trabalho com moradores de rua surgiu de uma pessoa que teve sua espiritualidade continuamente regada e trabalhada passando pelas dificuldades que nossos irmãos hoje passam na rua: de fome e extremas necessidades. Através do tempo, o Índio foi inspirado a modificar sua vida e auxiliar seus irmãos através de um trabalho particularmente individual seu. Com auxílio da espiritualidade que nunca o desamparou, começou a praticar sozinho esta ação social.
Com o que ganhava trabalhando na reciclagem de materiais, alugou uma casa bem simples para morar, onde reservou um espaço com muito amor, carinho e espiritualidade acolher aquelas pessoas que quisessem mudar de vida ou as que precisassem de abrigo, doentes, pessoas com diversos problemas para os quais a sociedade fecha os olhos, passaram a ser acolhidos nesta casa, onde ele oferecia um banho, dormida, a troca de um curativo, um remédio para dor. Aos poucos, também obteve ajuda de pessoas que doavam alimento, que auxiliavam na produção das refeições.
Com o decorrer do tempo, o trabalho foi se tornando conhecido e a quantidade de pessoas a serem ajudadas foi aumentando. Assim, aos poucos, pessoas que tinham um maior poder aquisitivo, ou uma afinidade espiritual e que também haviam cuidado do Índio enquanto ele estava em situação de rua puxando carroça e lhe forneciam alimentação e roupas, também se interessaram pelo projeto, contribuindo com alimentos, ajudando a distribuir as marmitas e assim, melhorando o local e a situação do projeto.
Toda a inspiração e força necessárias para a criação desse trabalho, vieram quando o Índio estava à beira da morte no mangue, privado de tudo e teve uma conversa com Deus, que abriu as portas da espiritualidade e o fez renascer. Depois desse dia, ele passou uma semana vivenciando tudo o que havia ocorrido em sua vida até ali e entendeu ser um chamado divino para que fizesse comida e fornecesse aos moradores de rua no lugar onde haviam muitas pessoas em extremas dificuldades na cidade de Peruíbe, na época, o bairro Jardim Brasil.
Após om chamado espiritual e o início de seu trabalho voluntário, seu pseudônimo de Índio passou a ser reconhecido. Sua avó era índia Bugre e ele é índio paulista, filho de baiana e mineiro.
Vieram pessoas das mais diversas religiões, que já tinham seus projetos sociais, ajuda-lo em sua causa. Pessoas do projeto Resgatar da Igreja Católica, contaram a ele que uma noite, perto do mercado enquanto estavam de mãos dadas dando graças a Deus, o Índio pediu para orar e disse: "Vocês pensam que hoje são poucos, um dia serão muitos. Mas, todo o trabalho não será em vão, pois aqui, do meio de todas essas pessoas que vocês ajudam, se levantará uma pessoa que dará continuidade a este trabalho de vocês." As pessoas ali presentes, relatam que emanava uma luz dos olhos do Índio enquanto ele proferia tais palavras. Ele conta que há 14 anos o projeto Resgatar está parado e ele saiu de lá e hoje dá continuidade à obra.
Com a aproximação de pessoas interessadas em ajudar, o projeto Casa do Índio servia em torno de 100 marmitas e fazia trabalho de encaminhamento para dependentes químicos. Com o constante crescimento do projeto e aumento da demanda de pessoas a serem ajudadas, foi necessário abrir a Associação de Caridade Casa do Índio, que já tem sede própria e está em fase de construção.
A construção ocorre à medida em que eles recebem doações. Atualmente, já têm uma cozinha, recebem doações de alimentos, têm voluntários para fazer a comida de segunda a sexta feira, também recebem marmitas prontas de outros projetos que reconhecem o trabalho da Associação Casa do Índio como sendo essencial na cidade, atuando no Jardim Brasil, um bairro pobre e necessitado. Entre as instituições que o auxiliam a Casa do Índio, estão: o Centro Espírita que fornece um dia de alimentação (normalmente às terças); há uma moça umbandista que fornece 1 dia de alimentação por semana e também e o projeto Marmita Solidária que é uma associação sem fins lucrativos e sem ideologia religiosa que fornece mais 1 dia de alimentação na semana.
Assim, em 3 dias da semana a Casa do Índio ganha as marmitas. Nos outros 4 dias, eles fornecem e fabricam suas próprias marmitas com doações ou comprando conforme a necessidade. Servem refeições, doação de roupas, sapatos, fraldas para moradores de rua e pessoas que têm um teto, mas necessitam de ajuda.
Com a formação da Associação, o trabalho de caridade aumentou em proporção, mas há ainda a necessidade de concluir a construção do refeitório, banheiros, acessibilidade. A Casa do Índio não se limita apenas a oferecer alimentação. Ela traz para perto, oferecendo acolhimento e acompanhamento. É um projeto criado para existir além de seu fundador (o Índio), por pessoas encaminhadas por Deus para dar continuidade ao trabalho.